http://photos1.blogger.com/blogger/1866/2796/1600/alberto%20lapa.0.jpg

alberto lapa

A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

CARREGADOR DE PIANOS SERRA ACIMA E DEMAIS UTOPIAS DE SOPRO SERRA ABAIXO OU CALCETEIRO DE NUVENS ENQUANTO LUZ HOUVER E HOUVER PERNAS A ABRIR

terça-feira, 18 de setembro de 2007

EM BUSCA DE UMA PALAVRA QUE RIME COM FILHO DA PUTA

O sábio nem sabia o que deveras saberia. E dizia só saber que nada sabia, porque era sábio. E sábio é aquele que quer saber sempre mais que o que já sabe. Soubesse ele que, milhares de anos depois, por cá andaria um asno a dar-lhe cabo do nome, e uma vez mais se entregaria aos algozes que o imortalizaram ao ministrar-lhe cicuta.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

DO GÁUDIO EM SE SER MALEDICENTE À HERESIA DE O SER EM DIA DE SOL

Está uma manhã tão brumosa como histórias de amor entre frades na clausura do convento. Nada de nada se sabe. Só se sabe que algo acontece. E haverá arrufos em tudo iguais aos dos namorados da rua, tal como haverá destemperos e juras feridas de paixão, trocas de olhares e de bilhetes, suspiros de fundura abaixo do mar, êxtases acima da infinitude dos céus, promessas ciciadas no confessionário, permutas nocturnas de alcovas e utentes, gritos abafados a dente e à unha.
É tão densa a bruma, que é pecado ouvi-la. Deixemos em paz a fraternidade na clausura do convento. E se nada de nada se sabe, nada de nada se saiba do algo que lá acontece.
Nenhum crime é crime por simples pressuposição. E dar pão a esfaimados nunca como crime se interpretou.