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alberto lapa

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quarta-feira, 4 de abril de 2007

PORQUE A HORA SE APROXIMA DA HORA DE PRESTAR CONTAS

Que o tempo atmosférico e o tempo cósmico se não confundam. Um, apegado ao planeta como mantilha envolvente, composto por nuvens e electricidade e massas de ar e altas e baixas pressões num contínuo alvoroço, nunca esteve dependente das manigâncias humanas, nunca lhes prestou vassalagem, nunca cedeu o passo a quaisquer pretensões de megalomanias dominantes, nunca comparticipou ou colaborou em projectos de conquista e extermínio e óbvio açambarcamento através da guerra. E o outro, também não.

Hoje, contudo, já se escutam as primeiras trombetas a anunciar que a breve espaço o homem triunfará sobre a natureza, subjugando ao seu critério os dois tempos: o atmosférico, ao envenená-lo de tal maneira que ninguém respire e por aí se fique, com as mãos engalfinhadas no desespero da garganta; e o cósmico, esse que por enquanto se acumula e se faz transportar no pulso e nas cãs, ao quebrar-lhe a corda de vez, avalizando e promovendo o apogeu apocalíptico, que alguns escribas impuseram na horta, há milénios, como espantalho.
A confirmar-se o vaticínio, nem um corvo ou uma pomba se salvarão e trarão notícias à bicharada, toda ela já sentenciada, pelo que a parte nenhuma poderá enviar emissários. Aliás, nunca as pombas comeram folhas de oliveira ou gostaram assim tanto de bicar a azeitona.
E das bombas, as pombas só diferem numa letra.