http://photos1.blogger.com/blogger/1866/2796/1600/alberto%20lapa.0.jpg

alberto lapa

A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

CARREGADOR DE PIANOS SERRA ACIMA E DEMAIS UTOPIAS DE SOPRO SERRA ABAIXO OU CALCETEIRO DE NUVENS ENQUANTO LUZ HOUVER E HOUVER PERNAS A ABRIR

sexta-feira, 10 de julho de 2009

ENTRE A DESVERGONHA E O DESAFORO NEM UM PASSO DE CARACOL

Ainda ninguém reparou no cartaz em que o zé pinóquio faz olhinhos aos eleitores que tanto almejaria ter, e de sobremodo aos que perdeu para outrem, ao avançar desde já para a campanha das aldrabices de congénita fabricação? Pobrezinho! Vede como ele os semicerra e põe em bico, belos, gentis, arrasadores! O pobre mais pobre é aquele cuja pobreza começa e acaba em si mesma, por detrás dos olhos, estejam ou não a fazer olhinhos capciosos aos eleitores que não tem (?). E os quinhentos mil e tal desempregados, por enquanto, de sua exclusiva autoria? E os professores vilipendiados pelos cachopos às ordens do ministério e de quem os pariu ou fez parir? E os polícias obrigados à mudez conspirativa dos tempos que já se acreditava estarem mortos e enterrados? E os novos quarenta ladrões conluiados com o próprio ali-babá, para que no fim comam todos e se transforme a caverna em memorial da memória curta do povo, essa alimária? E a contradança de becas e togas, não esquecendo as dos escrivães, entretidas a adiar para depois de depois as sentenças, que já antes de antes esperavam por melhores dias?
Valha-nos são futebol, em seus múltiplos altares, que já o celibatário das botas, antes da cadeira o trair, abençoou e protegeu para dele ter o respectivo proveito em mansidão e obediência da plebe. Valha-nos também a raridade das virgens, tenham ou não algum filho de algum velho carpinteiro como pai oficial, quando ainda hoje se desconfia da pomba. Valha-nos o bandulho a atestar de qualquer jeito, tendo com quê à mercê, ao dar vivas à república e à mana desnaturada, devassa e concupiscente como só ela, a democracia. E valha-nos, porque é de todos e para todos, a santa televisão. É ela que leva o cálice da missa aos piedosos, se os piedosos não vão à missa nem bebem, suspeitosos do dito milagre que da água arrancou vinho. É ela que na língua-mãe vai instilando outras línguas parasitas, poupando-a para os literatos e demais agrimensores do silêncio entre teias e aranhiços. E é dela a responsabilidade maior pelo controlo demográfico, tanto para baixo como para cima, haja com quem e ferramenta.
E tudo isto por causa de um cartaz caricato em que o zé pinóquio faz olhinhos aos eleitores desmemoriados. Só esses votarão nele. E pena é que sejam muitos. Tantos como os que são de mais. Mas cada povo tem o governo que merece —, dizia aquele gordo de chapéu de coco e charuto, que também não foi grande espingarda. O que ele soube foi dizer coisas interessantes para a posteridade citar.
Tivesse o salazar um magalhães, e ainda hoje lá estaria no poleiro, de onde, por nossa sorte, caiu. Vamo-nos preparando, que este impostor é muito novo ainda. Tal-qualmente o outro, quando se alcandorou ao dito, onde esteve a cacarejar, e não só, quarenta e tal anos.