DO GÁUDIO EM SE SER MALEDICENTE À HERESIA DE O SER EM DIA DE SOL
Está uma manhã tão brumosa como histórias de amor entre frades na clausura do convento. Nada de nada se sabe. Só se sabe que algo acontece. E haverá arrufos em tudo iguais aos dos namorados da rua, tal como haverá destemperos e juras feridas de paixão, trocas de olhares e de bilhetes, suspiros de fundura abaixo do mar, êxtases acima da infinitude dos céus, promessas ciciadas no confessionário, permutas nocturnas de alcovas e utentes, gritos abafados a dente e à unha.
É tão densa a bruma, que é pecado ouvi-la. Deixemos em paz a fraternidade na clausura do convento. E se nada de nada se sabe, nada de nada se saiba do algo que lá acontece.
Nenhum crime é crime por simples pressuposição. E dar pão a esfaimados nunca como crime se interpretou.
É tão densa a bruma, que é pecado ouvi-la. Deixemos em paz a fraternidade na clausura do convento. E se nada de nada se sabe, nada de nada se saiba do algo que lá acontece.
Nenhum crime é crime por simples pressuposição. E dar pão a esfaimados nunca como crime se interpretou.
<< Home