http://photos1.blogger.com/blogger/1866/2796/1600/alberto%20lapa.0.jpg
A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

CARREGADOR DE PIANOS SERRA ACIMA E DEMAIS UTOPIAS DE SOPRO SERRA ABAIXO OU CALCETEIRO DE NUVENS ENQUANTO LUZ HOUVER E HOUVER PERNAS A ABRIR

quarta-feira, 20 de junho de 2007

CLANDESTINIDADE E PERAMBULAÇÃO DE FORA PARA DENTRO OU AO INVÉS

Horas de paz, as da madrugada. E no entanto desinquietas, hesitantes, assombradas de susto ante fantasmas. Breu ainda. Porque tem lugar à mesa garantido, o breu é componente obrigatório do repasto a propor fora de horas. De paz ou de guerra, tanto faz. Conservem-se apagadas todas as lâmpadas, que os demais componentes, desde o sarcasmo aos requebros da melancolia fadista, dos melindres de luto antigo à farsa da paixão pela morte, estão a cair por aí, não tarda. E avive-se o fogo, com sopros dirigidos ao coração da borralha, para que a mornidão se mantenha e recuse a viabilidade ao tremelique dos dentes.
Quaisquer versos estarão a mais neste contexto. O silêncio é regra de ouro. Ou, enfatizando a olho, não tem preço. Melhor que a poesia dos desenganados, é a mudez cauterizadora daqueles que do engano tiram sustento. E é deles a receita, a fórmula oculta do embuste. Tal como o trato, o apuro, o tempo. E ainda a exaltação do feito através da prova, se houver quem, para tanto, tenha a coragem de ter ouvidos lavados e habituados, mal ou bem, a não ter opinião.
Sirva-se à temperatura ambiente, seja qual for. Polar ou tórrida, o que importa, neste caso, é o gargarejo instintivo que dê lugar ao vómito e à libertação pia abaixo do que fique por dizer.
Quanto ao que está dito, está dito. Que o julgue a história.