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segunda-feira, 23 de outubro de 2006

REMINISCÊNCIAS INFANTO-JUVENIS OU CIRCUNVOLUÇÕES DA DECREPITUDE

As coisas que eu me diria, se me ouvisse–, digo-me eu, sei lá quantas vezes. Mais bem farei, por acaso, não as dizendo? Há pormenores tão cá de dentro, tão há séculos em nós apodrecidos, que só a temeridade (ou a displicência?) de os pensar já envenena, quanto mais cometer o atrevimento de lhes dar corda faladroeira e fingimento de ouvidos.
Todavia, pior que a censura à própria voz, oral ou escrita, a sós ou em plena praça, seja onde for, não haverá. E o lápis vermelho, como o de outros maus tempos que há quem creia idos, de belo só terá a cor.
Que vivam as papoilas, as sardinheiras, as rosas silvestres e as outras, os cravos, quando e enquanto vermelhões de sangue. quem admita que talvez fosse bem melhor o dia de hoje, se não tivéssemos tido só o vertido pelas flores naqueles dias.