AO SOL POENTE QUANDO O DIA MAL COMEÇA A AMANHECER
Seis horas da manhã. O sol ainda está longe de nascer por cá. E não só por cá: quantas crianças mais não terão perdido, esta noite, o sagrado direito de brincar, correr, saltitar, cabriolar, jogar, por gentileza das bombas sionistas? Quantas mulheres se esqueceram de vez do que é sorrir, amamentar, beijar, embalar? Quantos velhos já não tornarão a sentar-se, ao cair da tarde, sobre a recordação de tempos felizes que também teriam vivido e dado a viver? Quantos homens de bem como outros quaisquer, jovens, quase crianças também, não caíram à beira da estrada que mereceriam percorrer em liberdade e não com armas na mão? E quantos cobardolas, como eu, não continuarão instalados em frente da televisão, bebendo cola e mascando pastilha elástica, ou dando peidinhos e rindo, porque o importante ainda é ter de que rir e especular em prol da salvação da humanidade?
Mentiroso será quem disser que o sol, quando nasce, é para todos.
Mentiroso será quem disser que o sol, quando nasce, é para todos.
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